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Haddad mantém inspeção veicular na gaveta, dois anos após alterar lei

  • Foto do escritor: Alex Roberto Picinini
    Alex Roberto Picinini
  • 21 de jun. de 2015
  • 3 min de leitura

Dois anos após aprovar na Câmara Municipal novas regras para a inspeção veicular em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) ainda não aplicou nenhuma delas. Suspenso desde janeiro do ano passado, o programa só será executado novamente se a medida passar a ser estadual. O projeto, no entanto, está parado na Assembleia Legislativa desde 2010.


O impasse na retomada das vistorias ambientais passa ainda por medidas administrativas. O edital lançado pela gestão Haddad após o fim dos serviços da Controlar — única empresa a fazer a inspeção na cidade — está suspenso pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) há dez meses. E, assim como na Assembleia, não há previsão para que o processo avance.


Quando alterou as regras do programa, em março de 2013, a prefeitura já havia afrouxado a periodicidade. A nova lei passou a exigir o teste apenas de veículos com mais de três anos de uso e de forma bianual. Ou seja: dos quatro aos nove anos, a vistoria seria feita a cada dois anos e, somente a partir do décimo ano, viraria anual. Veículos movidos a diesel são exceção. A legislação manteve para caminhões, ônibus e vans a obrigatoriedade de passar pela inspeção anualmente.


Nada disso, no entanto, saiu do papel. A única norma cumprida pela prefeitura de lá para cá foi a que prevê a devolução da taxa paga pelo motorista. O dinheiro foi devolvido ao longo de 2014 e, segundo a gestão Haddad, ainda pode ser solicitado por motoristas que guardaram o comprovante de 2009 a 2013.

Para este ano, porém, não há previsão orçamentária para ampliar a verba da devolução, mais um sinal de que, por enquanto, Haddad não pretende seguir com o programa. O prefeito somente cogita voltar a exigir a inspeção se o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não só ampliar a obrigatoriedade para todo o Estado como também passar a apreender os veículos que estiverem em situação irregular.


Plenário


Líder do governo na Assembleia, o deputado tucano Barros Munhoz afirmou que o tema pode voltar à pauta nesta nova legislatura — a posse dos deputados estaduais ocorreu neste domingo (15) — mas desde que haja consenso entre as bancadas e a gestão Alckmin. O projeto de lei foi apresentado em 2009, pelo então governador José Serra (PSDB), mas nunca chegou a ser debatido em plenário.


— Ainda vamos conversar sobre as prioridades do governo para esses próximos anos. Pode ser que a inspeção entre na lista, mas, por enquanto, não há qualquer sinalização nesse sentido.

Se na Assembleia falta interesse tanto da situação como da oposição em aprovar a inspeção estadual, na Câmara Municipal, vereadores do PSDB, PV e PPS defendem a volta do programa. Segundo o tucano Mario Covas Neto, o fim do programa trouxe prejuízo à saúde pública dos paulistanos e também à segurança do trânsito.


— Como se não bastasse o aumento da poluição, houve uma queda grande na quantidade de veículos submetidos a revisões mecânicas. Por causa da inspeção, mais gente visitava as oficinas com regularidade.


Poluição


Apesar das críticas ao programa e especialmente ao valor da taxa paga para realizá-la, que chegou a custar R$ 61,98, há motorista que defende a volta da inspeção.


“Mas teriam de inspecionar só coisas ligadas à poluição mesmo”, diz o instrutor de trânsito Anderson Costa, de 28 anos, que usava o posto de inspeção na avenida Aricanduva, na zona leste.


— Por exemplo, teve um ano em que fui reprovado porque uma trava da capa do filtro de ar estava quebrada. O que isso tem a ver com poluição do ar?.


A inspeção veicular, nos moldes do programa que vigorou até 2014, além de vistoriar motor e sistema de escapamentos, avaliava outros itens dos veículos e podia reprová-los se eles não estivessem em ordem.


Para o engenheiro Carlos Ariolli, de 51 anos, caso a inspeção passe a vigorar novamente, é necessário que a ênfase seja nos veículos mais antigos.


— Eles devem ser a prioridade, porque os carros mais novos já têm mecanismos para mitigar as emissões.


 
 
 

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