Sonho de participar da Olimpíada fez limeirense conduzir a tocha

Uma história que poderia muito bem virar um livro. Eduardo Ferreira dos Santos, de 33 anos, não conduziu a tocha olímpica em Limeira por acaso. Seu amor pelos Jogos Olímpicos contagiou a Coca-Cola, uma das patrocinadoras do evento.

Eduardo, que hoje é funcionário da educação e trabalha na Escola Municipal de Ensino Supletivo (EJA), tem uma vida relacionada ao esporte. Para começar, seu avô João dos Santos, falecido em 1989, foi um dos fundadores do Independente.

A relação de Eduardo e a Olimpíada começou em 1996, em Atlanta.

"Tinha 14 anos e com o meu primeiro Glauco passamos a assistir tudo o que passava na televisão. Qualquer modalidade. Passamos horas e horas na frente da tv. De tanto que gostamos, prometemos que faríamos de tudo para um dia representar o Brasil em uma edição", contou.

Logo em seguida, foi noticiado que o Brasil seria um dos candidatos para 2004.

"Vamos estar lá, eu disse para meu primo. O segundo passo era escolher um esporte. Procuramos o professor Ademir Machado do judô. Mas era longe de casa e para piorar eu era muito grande. Então decidi que iria correr e auxiliado pelo professor Fumaça, competi nos Jogos Escolares. Mas convivia com dores no joelho", lembrou.

Em 1997 o Rio de Janeiro não ganhou a eleição e isso o desmotivou. "Mesmo sem ter objetivo, continuei treinando até 2001. Assisti as Olimpíadas de 2000, 2004 e 2008 e sempre me lembrava do sonho de infância, que era participar de uma. Sou viciado em Jogos Olímpicos", frisou.

Em 2009, o Brasil, enfim, foi escolhido com sede. "Na hora já lembrei do meu sonho e passei a pensar em uma forma de participar da Olimpíada. Queria estar no Rio de Janeiro de qualquer jeito. Foi então que me inscrevi como voluntário. Em 2015 abriu o cadastro e fui para São Paulo passar por uma entrevista. Não deu certo, infelizmente", contou.

Mas o sonho continuava mais vivo do que nunca, afinal, o maior sonho de sua vida estava em seu país. "No final do ano passado veio a notícia que Limeira receberia a tocha. Pensei comigo, tenho que conduzí-la. Com a ajuda da minha esposa, escrevi minha história e mandei para os três patrocinadores do evento, além do Comitê Olímpico Brasileiro. Depois foi só torcer", relatou.

E sua perseverança seu certo. A Coca-Cola gostou de sua história e o selecionou para a condução da tocha.

"Foi o dia mais feliz da minha vida. Confesso, não dormi direito no dia anterior e minha pernas estavam trêmulas. Estava simplesmente realizando meu maior sonho. Conduzir o maior símbolo olímpico, ainda por cima na minha cidade e recebendo o calor humano. Não tem preço. Foi muito emocionante", disse emocionado.

Para completar, Eduardo ainda ganhou de presente a tocha da patrocinadora. "Vou colocar em um acrílico e deixar em um lugar de destaque na sala da minha casa", completou.

E para coroar com chave de ouro esse ano, que para ele será inesquecível, Eduardo estará no Rio de Janeiro acompanhando algumas modalidades, como atletismo (verá de perto Usain Bolt) e luta.